quinta-feira, 11 de dezembro de 2008

Travesseiro


Ela se deita, encosta sua cabeça em mim, depois me puxa entre seus braços, me abraça, um abraço que não é para mim, abraço com lembranças... recordações. Ela faz uma prece, eu ouço os sussurros e diria quase sentir as palavras dentro de sua cabeça... ela pensa, me abraça e me inunda. Quando a dor é maior esconde seu rosto em mim... chora e grita um grito que só eu posso ouvir (quase perco a audição). Quando ela ama acompanho seus sonhos, sejam eles tecidos em qualquer hora, estando de olhos abertos ou fechados. Ela inunda de lágrimas que não são para mim e eu escuto, mas ela não me escuta e eu a amparo e ela desabafa. Às vezes apanho socos... ela não é violenta comigo, isso é raro (uma única vez... no máximo duas), mas já aconteceu... sou mordido... mas depois ela me abraça forte, chora e dorme.
- Dorme, Camila... dorme!

Camila Feitosa

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